quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A temperatura de cor de uma fonte de luz altera se esta for filtrada?

Colocada a questão, sobre se uma fonte de luz com determinada temperatura de cor veria, essa mesma temperatura, alterada perante a existência de um filtro que absorvesse determinados comprimentos de onda e transmitisse outros, a turma dividiu-se e uns acharam que a temperatura de cor se manteria e outros que se alteraria.
De facto, a temperatura de cor de uma fonte de luz não é algo intrínseco a ela, pode ser alterado conforme o filtro que lhe pusermos à frente. Se à frente de uma luz branca lhe colocarmos um celofane vermelho, o celofane absorverá toda a luz de alta frequência (brancos azulados) e transmitirá todo um espectro de luz de baixa frequência (avermelhados), logo a qualidade de cor percepcionada por nós muda, conforme muda a sensação de cor que nós vimos transmitida por essa fonte. Os candeeiros em baixo têm as mesmas fontes de luz (lâmpadas iguais, temperaturas de cor idênticas), mas com abajures diferentes, a sensação de cor por si transmitida altera (filtros diferentes, as mesmas lâmpadas, temperatura de cor diferente).

domingo, 24 de outubro de 2010

Iluminantes Padrão

Muitas dúvidas me assolaram a cabeça, na revisão de fim-de-semana, da matéria de Iluminantes Padrão. O que são, para que servem e qual, ou quais, as suas aplicações práticas são questões que não ficaram muito esclarecidas na minha cabeça. Para tentar assentar arraiais sobre a matéria aqui fica uma sumula do que compreendi sobre o tema. Antes de mais, no post sobre temperatura de cor, e depois de ter lido sobre iluminantes, penso que acabei por me referir, sem saber, ao lado prático desta história e com isso comecei a perceber para quê a definição de iluminante padrão servia. Contextualizando. A C.I.E. (Commission Internationale de l'Eclairage) tem vindo desde da década de trinta do século passado a "catalogar" ou "padronizar" as fontes físicas de luz, ou seja as lâmpadas. Estes padrões de luz são determinados a partir da radiação do chamado corpo negro a uma determinada temperatura. Temos assim que a designação técnica e cientifica destas padronizações de luz a determinada temperatura é chamada de iluminante. Os iluminantes padrão definidos pela CIE são os seguintes; iluminante A: representado por uma lâmpada de filamentos de tungsténio com a temperatura de cor de 2854 k. iluminante B: representado por um dia de sol com a temperatura de cor de 4874 k. iluminante C: representado por um dia de sol com a temperatura de cor de 6774 k iluminante D: representado por uma série de iluminantes que simulam a luz do dia de vários modos. Os mais adoptados são o D50 e o D65 com temperaturas de cor de 5000 k e 6504 k, respectivamente. Por fim, deixo a informação que omiti, no post de temperatura de cor: as lâmpadas colocadas nas instalações da empresa são do tipo iluminante D65.

domingo, 17 de outubro de 2010

Kelvin

A escala de Kelvin, foi inicialmente criada por um lorde inglês (William thomson, primeiro lorde de Kelvin) que se tornou conhecido por desenvolver esta escala de temperatura absoluta. A escala de temperatura de cor começa a 1200 k, porque foi definido que só a esta temperatura, um corpo negro, modifica a sua cor para um tom vermelho e que, aumentando a temperatura, esse mesmo corpo vai simultaneamente modificando a sua cor. É comum referirmo-nos a tons de cor como tons quentes e tons frios. No entanto não nos podemos esquecer que essas definições do senso comum, nada têm a ver com esta escala de temperatura de cor. Pelo contrario. É exactamente o oposto, ou seja; aquilo a que chamamos, na gíria comum, cores quentes (laranjas, vermelhos e amarelos) porque as associamos a sensações de calor, ao verão, ao sol, ao fogo, são cores de menor temperatura na escala kelvin do que aquelas que designamos de frias e nos transmitem a sensação de frio e estão associadas ao gelo, água, céu e inverno.
escala de temperatura de cor kelvin

cores quentes, Parque das Nações, Lisboa.

cores frias, Arco da rua Augusta, Lisboa.


Temperatura de cor.

Estas imagens abaixo mostram o reflexo do candeeiro da minha sala de trabalho, uma normal sala de paginação numa empresa de impressão digital. As fotos distam quatro anos de entre elas. Quando inauguramos as instalações, os candeeiros desta sala tinham uma luz amarela, uma luz que eu sempre gostei, porque à vista era mais acolhedora e, como é usual dizer, mais quente e aconchegante. Pelo menos é essa a sensação que transmite. Por questões relacionadas com a actividade da empresa, e como é uma empresa que lida com cor, resolveu a pessoa responsável pelo departamento de cor e controlo de qualidade, mudar as lâmpadas dos candeeiros para uma luz mais "fria", uma luz mais branca. Esta luz, não foi escolhida por acaso, foi escolhida para respeitar uma norma ISO, a norma ISO 3664:2009, que pretende padronizar o tipo de luz usada na industria gráfica para que se minimize o problema recorrente de ter um trabalho aprovado num determinado ambiente de luz e depois reprovado quando levado para ambientes com outro tipo de luz. O tipo de luz aconselhado por esta norma é um tipo de luz que se aproxime tanto quanto possível dos 5500 k (kelvin, é a unidade para a grandeza temperatura termodinâmica em homenagem ao criador desta escala que associa cada cor a determinada temperatura). A temperatura de 5500 k é a que se aproxima mais da luz natural do sol. Este tipo de lâmpadas emitem um tipo de luz mais neutro que as lâmpadas com temperaturas de luz mais baixa, como as lâmpadas incandescentes comuns que emitem uma temperatura de cor 3200 k. Quer isto dizer que enquanto a nossa sala esteve com luz de temperatura mais baixa, e no caso amarela, todas as cores que via-mos em originais impressos, provas de cor, provas de máquina e mesmo as cores de monitor, estava-mos a vê-las com uma influencia amarelada. Ao mudarmos para luzes que seguiam a norma ISO, conseguiu-se que, não só na sala, mas na empresa toda, todas as cores fossem observadas sob a mesma influencia de luz e assim julgar as cores dos trabalhos impressos sempre pela mesma bitola.


domingo, 10 de outubro de 2010

AM e FM

Falou-se em Amplitude Modelada (AM) e Frequência Modelada (FM), na disciplina de Processos e Tecnologias Gráficas, a propósito do tipo de processo que se podia escolher em impressão offset: trama convencional ou trama estocástica. Na disciplina de Óptica e Teoria da Cor começou-se, também, a falar de Amplitude e Frequência como parte da definição de Luz. Compreender a definição de Luz ajudará a perceber como os conceitos de AM e FM são aplicados aos diferentes métodos de impressão. A luz tem propriedades de partícula e de onda. Enquanto onda, é definida quanto á sua frequência, amplitude, velocidade e período. A frequência é a taxa de repetição em que a onda atinge o seu pico, numa determinada unidade de tempo; normalmente medida em hertz (hz). A amplitude é a força com que é produzida a onda. É a distancia entre o ponto mais alto e o ponto mais baixo da onda. Mede-se em metros. Posto isto, temos que a trama convencional é designada de trama de amplitude modelada (AM), ou seja os pontos mantêm a mesma distancia, a mesma amplitude, mas tamanhos diferentes. Quanto maior é o ponto, maior é a intensidade de tom. A trama estocástica é, por exclusão de razões, a trama de frequência modelada (FM). Esta pode ser dividida em duas ordens: 1ª ordem (os pontos são iguais com distancias diferentes) e 2ª ordem (pontos diferentes com distancias diferentes), ou seja a taxa de repetição (nas duas ordens) do ponto não é igual e a olho nu apresenta-se espalhado aleatoriamente.